O preço do aluguel de salas e conjuntos comerciais desacelerou em junho deste ano, segundo o índice FipeZAP+, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em conjunto com o portal ZAP. O valor do aluguel cresceu 0,28% no mês, enquanto em maio havia avançado 0,66%. Já o preço de vendas das salas caiu 0,15% em junho.
O índice de venda e locação comercial acompanha o preço médio de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² em 10 cidades brasileiras, com base em anúncios da Internet. Alison Oliveira, coordenador do índice, afirma que os números de junho demonstram uma acomodação dos preços após a pandemia.
“Vimos uma alta dos preços em geral na economia e agora, mais recentemente, estão se acomodando. Então acaba que o preço da locação comercial acompanha os outros preços da economia. Só que mesmo com a alta, o índice está bem abaixo do IPCA, que me mede os preços da economia em geral. Ou seja, embora o preço do aluguel esteja mais caro, tem subido menos do que outros bens e serviços”, afirma o economista.
Em média, os preços de venda de imóveis comerciais se mantiveram estáveis nos últimos 12 meses, com queda de 0,02%. Para Alison Oliveira, a estabilidade se explica pelo alto número de imóveis vagos desde a pandemia.
Já os preços de locação acumularam uma alta de 4,89% nesse período. Comparativamente, ambas as variações se mantiveram abaixo dos principais índices de preços da economia brasileira. Nesse período, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE, subiu 11,89% e o Índice Geral de Preços, da FGV, cresceu 10,7%.
Em junho de 2022, o valor médio do metro quadrado dos imóveis comerciais anunciados para venda foi de R$ 8.447 por metro quadrado e de R$ 39,29 por metro quadrado entre os anunciados para aluguel.
Já o retorno médio do aluguel dos imóveis comerciais chegou a 5,72% ao ano (a.a.) em junho, superando a rentabilidade projetada para a locação dos imóveis residenciais, de 4,97% ao ano.
Entre as localidades monitoradas, os maiores retornos do aluguel comercial foram em Salvador (7,90% a.a.), Campinas (6,53% a.a.), Brasília (6,15% a.a.) e São Paulo (6,00% a.a.).
Tanto a rentabilidade do aluguel comercial, quanto de imóveis residenciais se mantiveram abaixo do retorno de aplicações financeiras esperado para os próximos 12 meses.
“Tivemos a pandemia e o fato de a oferta estar elevada faz com que o investimento não renda tanto quanto outros do mercado. Além disso, com a elevação da taxa de juros do Banco Central, o aluguel fica menos atrativo do que investir em título de tesouro direto ou renda fixa, por exemplo”, explica o economista Alison Oliveira.
Resultados da pesquisa de junho
Veja abaixo a variação mensal dos preços de venda das salas comerciais em cada cidade monitorada:
Florianópolis (+0,67%);
Brasília (+0,59%);
Curitiba (+0,03%);
Salvador (-0,71%);
Belo Horizonte (-0,41%);
Rio de Janeiro (-0,24%);
Porto Alegre (-0,17%);
São Paulo (-0,11%);
Campinas (-0,04%);
Niterói (-0,01%).
Já em relação ao valor do aluguel, foram identificados os seguintes índices em cada município:
Curitiba (+1,39%);
Florianópolis (+1,12%);
Campinas (+0,80%);
Porto Alegre (+0,53%);
São Paulo (+0,35%);
Brasília (+0,26%);
Belo Horizonte (+0,10%);
Niterói (+0,01%);
Salvador (-0,37%);
Rio de Janeiro (-0,19%).
Fonte: CNN Brasil
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